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Dólar tem forte queda ante rivais, após ata do Fed e dados dos EUA

O dólar atingiu o menor nível em quatro semanas na comparação com outras moedas principais nesta quarta-feira, 22, atingido por dados negativos da economia americana e pela ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que mostrou os dirigentes preocupados em torno da fraqueza da inflação nos Estados Unidos.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía para 111,24 ienes e o euro avançava para US$ 1,1818. Já o índice do dólar (DXY) recuava a 93,22, no menor nível em quatro semanas.

A ata confirmou que uma elevação nas taxas de juros pelo Fed está praticamente assegurada em dezembro. No entanto, dúvidas sobre a inflação persistentemente baixa em solo americano provocou reação negativa no dólar devido a incertezas quanto ao aumento nos juros no próximo ano, visto que os dirigentes do banco central fizeram diversos comentários sobre a fraqueza da inflação.

“No lado dovish, os dirigentes do Fed estão preocupados com o fato de as expectativas de inflação continuarem a diminuir, enquanto na ala hawkish, há preocupações sobre se os desequilíbrios financeiros poderiam estar em construção”, comentou, em nota a clientes, o economista para EUA da Capital Economics, Paul Ashworth.

O tom cauteloso adotado na ata sugere que o Fed não quer ficar muito à frente de outros bancos centrais importantes, visto que todos estão trabalhando em conjunto, acrescentaram participantes do mercado. “O dólar-iene quebrou a barreira dos 112, onde era mantido o terreno das negociações em torno da reforma tributária”, afirmou o diretor-gerente de estratégia de câmbio da BK Asset Management, Boris Schlossberg. “O problema para a relação entre as duas moedas é que o mercado continua cético com qualquer aumento nos juros em 2018.”

O documento, assim, apagou a sessão predominantemente silenciosa devido ao feriado de Ação de Graças. No entanto, antes da divulgação da ata, o dólar já operava em queda devido a dados abaixo do esperado da economia dos EUA. De acordo com o Departamento do Comércio do país, as encomendas de bens duráveis registraram queda de 1,2% em outubro ante setembro, enquanto analistas consultados pelo Wall Street Journal esperavam crescimento de 0,2%.

Entre outras divisas principais, a libra esterlina teve uma sessão de volatilidade, com a apresentação do orçamento do Reino Unido para o próximo ano, que prevê 3 bilhões de libras para os custos com a saída britânica da União Europeia. Além disso, o governo de Theresa May reduziu as previsões de crescimento do país para este ano. No fim do dia, no entanto, a libra recuperou terreno ante o dólar e avançava a US$ 1,3318.

ISTOE