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Dólar fecha a R$ 6,09 e tem novo recorde nominal, com fiscal no radar e mesmo após leilão extra do BC; Ibovespa cai

A moeda norte-americana avançou 0,99%, cotada a R$ 6,0942, em um novo recorde nominal (sem ajuste pela inflação). Já o principal índice da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,84%, aos 123.560 pontos.

O dólar fechou em alta mais uma vez nesta segunda-feira (16), a R$ 6,09, e bateu um novo recorde. É o maior valor de fechamento desde o início do Plano Real, em 1994.

Os investidores estão insatisfeitos com os rumos das contas públicas sob o governo Lula. Além disso, o mercado aguarda que o Congresso vote as medidas propostas em novembro pelo ministro Fernando Haddad para cortar gastos nos próximos anos. É possível que isso aconteça nesta semana, antes do recesso parlamentar.

Para tentar frear a disparada do dólar, o Banco Central fez uma ampla intervenção com leilões de moeda no mercado de câmbio, mas não surtiu feito. O objetivo dos leilões é aumentar a oferta de dólares disponíveis — o que, em tese, faz a cotação cair.

Na sexta (13), o BC havia anunciado que venderia US$ 3 bilhões com compromisso de recompra. Essa modalidade, chamada de leilão de linha, funciona como se fosse um «empréstimo» de dólares do BC para as instituições financeiras.

Além disso, o BC também fez um leilão extra de dólares no mercado à vista, ou seja, um leilão que não exige a recompra da moeda pela instituição. Nesse leilão, foram vendidos US$ 1,63 bilhão ao mercado financeiro. Essa foi a maior intervenção feita pelo BC no mercado à vista desde 2020.

As atenções do mercado continuam voltadas para o noticiário doméstico, em meio às preocupações com a desidratação do pacote fiscal do governo no Congresso Nacional. Nesta tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visitou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar sobre o tema e comentar sobre as mudanças feitas no texto da reforma tributária pelo Senado.

Uma série de divulgações econômicas importantes previstos para esta semana também seguem sob os holofotes. Entre os indicadores do dia, destaque para o boletim Focus desta segunda-feira. Analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central passaram a traçar estimativas de juros maiores nos próximos anos, além de uma inflação mais alta em 2024 e 2025.

Além da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na terça-feira, espera-se também a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para definição das novas taxas de juros americanas. Na quinta, sai o relatório trimestral de inflação.

Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, encerrou em queda.

Por Redação g1 — São Paulo